Da poesia estive ausente.
Talvez fosse muito adulto para ela.
Ou ela muito além de meus saberes.
A distância nos fez reconciliar.
Não sei se essa é a palavra certa.
Minha fluidez, sem vírgulas, sem pontos, sem...
Já não sou mais o mesmo!
Talvez mais do mesmo.
Perco-me nos pensamentos desconexos,
nos sentimentos avessos a interpretação.
A falta de prática reclama em meus versos,
no meu sono, no meu ser!
Não ser! Não ser!
Pra que neguei tanto a essência?
Medo? Angústia?
Da poesia afastei-me assim como de muitas outras coisas.
Para ela quero voltar, mas não para o que abandonei.
O que era eu ainda está em mim.
Se melhorado ou não eu não sei.
As vírgulas já não se encaixam, os pensamentos...
Onde é que eu estava?
Do Romantismo, do Realismo e do Modernismo afastei-me.
Aliás, nem sei diferenciá-los.
Não vejo motivo para isso.
Basta a poesia,
a poesia me basta.
Prometo-lhe, caro leitor
- nesse momento Machadiano -
melhorar.
Victor da Silva Neris