quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Casa

Andei me perguntando onde é minha casa.
É aqui?
É ali?
Mas de nada adiantou.
O porquê eu não sabia, mas senti que descobrira a resposta.

Casa não é um lugar.
Na verdade é, mas não é. 
Nossa casa é o coração.
E tem gente morando nela.

E, quando estamos com essa gente,
Seja onde for,
Estamos em casa.

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O que os filmes não mostram

Não há beleza no romantismo.
Na maioria do tempo é solidão, é renúncia, é fé.
É entrega sem retorno e sem prazo.
Romantismo é, antes de tudo, um martírio.
Idealismo desmedido e sem sentido pra muitos.

O objetivo final é insólito: amor eterno.
Insólito, mas não, necessariamente, impossível.
É, guardadas as proporções, uma vida de penitências
Para que a salvação seja alcançada.

Dar sem receber é atitude assaz elevada.
Seria leviano dizer que só as almas elevadas o fazem,
Mas não seria errado.

Nem toda entrega é submissão, nem todo amor é ilusão.
Há um certo quê de visão ampliada.

É um sentimento de fazer o certo sem dever a ninguém,
É ter uma certeza irracional de que no final
– demorado ou não –
A linha de chegada trará redenção suficiente para se poder pensar
“valeu a pena”.

Não há necessidade de fazer o mundo acreditar.
Basta que uma pessoa acredite.
Só uma.

Também não se pode iludir-se com o tempo.
Amores eternos nem sempre são duradouros.
São, de fato, eternos na memória.

E é nessa eternidade que repousam, satisfeitos, para todo o sempre.

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Ah, a esperança

Tem um olhar nosso que entrega o que sentimos. 
Junto com ele vem uma onda de positividade,
De tranquilidade e de paz. 
É como se o mundo dissesse:
"Vai com fé!".

Então, esse olhar e todos esses sentimentos são intensificados
Pela chama que todos nós temos: a esperança. 

Com ela vêm a alegria e o medo. 
A primeira é inerente a tudo que é novo e ainda precisa ser descoberto. 
A segunda, também. 

Esperança é vida, é futuro, é fogo. 
Mas quando ela apaga...
Pode até ser a última que morre,
Todavia, ainda não aprendeu a arte da eternidade. 

Se nem o amor que é o amor aprendeu, 
Não há de se culpar a pobre da esperança.

Victor da Silva Neris